Intolerância à lactose: saiba o que é e como diagnosticar e tratar

Presente em diversos alimentos derivados do leite, como queijo, iogurte e creme de leite, a lactose é um carboidrato que provoca a má digestão entre indivíduos com intolerância a esse elemento. Apesar de haver bastante confusão, a intolerância à lactose é diferente da alergia que algumas pessoas manifestam quando ingerem leite, ligada a uma reação do organismo no contato com as proteínas que compõem a bebida.

A restrição à lactose é provocada pela deficiência da lactase no organismo, enzima que consiste em quebrar a lactose em outras duas moléculas: a glicose e a galactose. Quando esse processo não ocorre da forma esperada, o carboidrato do leite não é digerido, permanecendo no intestino. Com isso, surgem os sintomas da intolerância à lactose e, geralmente, de forma bem rápida. Entre 15 minutos a 2h, quem tem a restrição apresenta queixas que vão de diarreia a distensão abdominal, popularmente chamada de barriga distendida; da incidência de gases a dores e barulhos abdominais. Vômitos e enjoos também estão entre os sintomas mais comuns.

As causas que provocam esse quadro variam. Há o tipo congênito, caracterizado pela ausência total da lactase desde o nascimento; já a intolerância primária, a mais comum dentre todas, é quando a atividade da enzima lactase é total ao nascimento, porém reduz com o passar dos anos. Outra forma de manifestação, o tipo secundário, está ligado a enfermidades do intestino, como as gastroenterites e a doença celíaca, que acabam levando à deficiência da lactase.

Para confirmar se alguém sofre com a lactose, são feitos alguns testes que medem a capacidade de digestão a esse carboidrato. O principal deles é o Teste de Tolerância Oral à Lactose, realizado em laboratório a partir da ingestão de um líquido com alto teor de lactose, com o objetivo de verificar a quantidade de glicose no sangue. Se, com a amostra de sangue colhida na sequência, não for possível identificar o aumento dos níveis de glicose, constata-se a existência da intolerância, uma vez que isso significa que a lactose ingerida não foi quebrada em glicose e galactose.

Quando a condição é confirmada, é necessário recorrer ao tratamento, que, basicamente, consiste na redução da lactose ingerida até uma quantidade individual que não seja capaz de provocar sintomas. Ainda assim, no grupo de derivados do leite, existem alimentos mais bem-aceitos em casos de intolerância. Margarinas, queijos e iogurtes são exemplos nesse sentido.

Na hora de tomar o leite puro, recomenda-se optar pelo tipo integral, já que a gordura presente nessa versão aumenta o tempo do deslocamento do alimento no estômago e no intestino, possibilitando mais tempo para digestão da lactose. Da mesma forma, algumas variedades de leite contam com teor reduzido do carboidrato prejudicial a quem tem intolerância, o que os tornam boas alternativas.

Além disso, a lactase pode ser administrada de forma oral com sachês ou comprimidos com a enzima em concentração 10.000 FCC. Assim, há uma maior flexibilidade para a pessoa consumir determinados alimentos nas quantidades indicadas abaixo:

  • Sorvete (3 bolas);
  • Requeijão (1 colher de sopa – 30g);
  • Queijos (fatia de 60g);
  • Pizza com queijos (2 pedaços);
  • Leite (1 copo de 250 ml);
  • Iogurte (1 pote de 100g);
  • Chocolate ao leite (1 tabletes de 25g);
  • Mousse (porção de 100g).

Os pacientes intolerantes à lactose com acompanhamento de nutricionistas conseguem manter uma dieta saudável e equilibrada, e devem se lembrar de sempre consultar o rótulo de itens industrializados e a bula de remédios para a confirmação de que o produto não contém o carboidrato que é mal digerido em seu organismo.

Fonte: Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG)