Obesidade: uma doença crônica

A obesidade atinge 18,9% dos brasileiros e o sobrepeso é a realidade de mais da metade da população (54%), conforme publicação da Agência Brasil, a partir de dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Entre os jovens, a obesidade aumentou 110% entre 2007 e 2017.

Esse índice é preocupante, mas o alerta também está em atitudes radicais na tentativa de emagrecer, que, geralmente, fazem a pessoa ter reganho de peso no decorrer do tempo. Pesquisas apontam que mais de 50% do peso é recuperado após dois anos e que, ao longo de cinco anos, o indicador supera os 75%.

A dificuldade em emagrecer e manter-se no peso desejado, seja após uma reeducação alimentar, seja depois de uma cirurgia bariátrica, encontra-se, entre outros fatores, na falta de compreensão de que obesidade é uma doença crônica e requer tratamento contínuo, assim como diabetes, pressão alta e colesterol alto.

Ainda hoje existe muito estigma sobre o tratamento da obesidade, com um julgamento errôneo de que representa “força de vontade”. Mas obesidade não é uma escolha. Existem mecanismos complexos que regulam o apetite e o metabolismo e acabam por impactar diretamente no peso do indivíduo.

Por exemplo, existem pessoas que sofrem com obesidade e não comem errado ou em grande quantidade. O metabolismo é diferente. A capacidade de obter energia vinda dos alimentos é muito eficiente e faz com que a pessoa tenha bem mais facilidade de estocar gordura. Isso tem um componente genético muito forte. Além disso, algumas pessoas têm muita dificuldade de mobilizar os estoques de gordura.

Atenção: é primordial respeitar quem luta contra a obesidade, doença complexa que é caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal e pode acarretar graves problemas de saúde. Cada vez mais a ciência comprova novos mecanismos que contribuem para o desenvolvimento do problema. Encarar que obesidade é doença crônica e que deve ser tratada de forma contínua é um primeiro passo que precisa ser dado.

Fonte: Blog da Cintia Cercato – UOL