O que é bom para combater a azia e o refluxo? Mitos e verdades na hora de tratar esses sintomas
Entenda como a alimentação pode contribuir com o alívio desses sintomas e quais são os hábitos que ajudam(...)
Há cinco anos, surgiu no Brasil um novo balão intragástrico (BIG) de líquido, com uma proposta diferente em relação aos balões já existentes no mercado brasileiro: ele é capaz de ser ajustado – ou seja, mudar o seu volume – e pode ficar no estômago por um ano.
Sua composição (de silicone) é semelhante aos demais balões, assim como seu mecanismo de ação, causando saciedade precoce e diminuição da ingesta alimentar. Porém, o BIG de 12 meses possui uma válvula acoplada (“Rabicho”) que permite, por ensocopia, a colocação ou a retirada de líquido, reajustando seu volume para mais ou para menos.
Existem dois momentos cruciais no tratamento com o balão gástrico: 1) nos primeiros dias após o implante, pois é o momento em que o paciente tem vários sintomas desagradáveis pelo volume do balão e sua presença; e 2) entre 3 e 4 meses após o implante, quando sua adaptação já está completa, o que faz com que o paciente se acostume demais com ele e, assim, perde-se boa parte do efeito de saciedade.
São nesses dois momentos que o balão ajustável tem suas vantagens. Na primeira situação, pode-se proceder um reajuste para menos volume do que foi inserido inicialmente, já que se sabe que de 3% a 5% dos pacientes não tolerarão a presença do balão no estômago e, quando é feita a redução do volume, existem boas chances de tolerá-lo.
Na segunda situação, o paciente pode não perceber mais a presença do balão, já que a completa adaptação ocorreu. É por esse motivo que 70% do que se perde no tratamento acontece logo nos três primeiros meses. Nessa ocasião, o paciente comparece novamente ao médico para um reajuste para mais volume, aumentando o grau de saciedade e promovendo uma melhor perda até o final do tratamento, em média, 20% a mais do que se perderia se não tivesse ocorrido o reajuste.
Uma segunda característica, e não menos importante, é o fato de o BIG permanecer mais tempo. Isso ajuda o paciente a promover uma reeducação alimentar mais assertiva, ter uma melhor estabilização metabólica do peso perdido e diminuir as chances de reganho de peso depois de sua retirada, uma vez que já foi provado que, quanto mais tempo o balão permanecer no estômago, menores são as chances de intercorrências.
Embora após o sexto mês seja difícil promover perda de peso com o balão, ajustes podem ser feitos a qualquer momento, mais de uma vez, a critério médico e até mesmo por desejo do paciente.
Importante salientar que o balão é apenas uma ferramenta que auxilia a perda de peso e os melhores resultados, mas, como qualquer outro procedimento, as conquistas são obtidas quando utilizado em conjunto com um programa de dieta, a prática de exercícios físicos e uma modificação no comportamento alimentar.
Fontes:
Brooks, J. et al. One-year adjustable intragastric balloons: results in 73 consecutive patients in the U.K. Obes Surg. 2014 May;24(5):813-9. doi: 10.1007/s11695-014-1176-3